segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Viagens em tinta

Não sei… É estranho… Em momentos como este, de viagens intermináveis até chegar a um porto seguro, ainda não encontrei ventos favoráveis que fizessem esquecer momentos marcantes da vida…
As nostalgias que esqueceram-se muitas vezes invadem agora os meus pensamentos, e a esperança começa a renascer novamente quando mesmo essa não faz sentido em acreditar…
As vidas alteraram-se, e não tendo nada em comum com a outrora “Alma gémea” as saudades dos lençóis envoltos em corpos despidos de preconceitos invadem-me a cabeça novamente e um buraco negro obscuro toma conta do meu inconsciente…
É em momentos como este que certas amizades esquecidas voltam, e tudo começa a construir-se lentamente e com a tudo o que tenho direito… O amor, o carinho… Os laços á muito, muito esquecidos…
Aquele chão que antigamente pisávamos juntos e a tinta que pintou as nossas paredes, estão agora completamente abandonados, e nem tu, nem eu, temos tempo para juntarmos novamente este arco-íris de cores…
Cada um tem agora a sua nova vida, e cada um de nós volta a ser desconhecido, como aquele velho no banco do jardim que outrora escreveu a canivete que o amor era eterno…
Agora eu próprio digo, escrevo e pinto… O amor não é eterno… Mas o sofrimento… Esse animal indomável… Estará sempre lá…Nas paredes que um dia foram nossas…